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domingo, 13 de maio de 2012

V ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE RIO DE JANEIRO, UERJ - 1 A 3 DE AGOSTO DE 2012


1. Eixos Temáticos: 
1.1 – Eixo temático 1: A ação, os movimentos, as práticas
A palavra ação, como parte do título do Encontro, quer expressar o mundo das práticas, 
das construções cotidianas do enfrentamento das condições de produção e reprodução 
da vida e da saúde, da ação política organizada e de intervenção sobre os processos
de injustiça social e desigualdade. Este eixo agrega os seguintes sub-temas:
Práticas populares de saúde – metodologias de cuidado e educação;
Trabalho como princípio educativo e saúde dos trabalhadores;
Educação dialógica nos serviços e nas comunidades;
Formação profissional para a democracia;
Arte, cultura, educação e produção da saúde;
Movimentos populares e ação política no enfrentamento das questões de saúde;
Ação emancipatória em redes solidárias;
Educação permanente e libertadora nos serviços de saúde;
Saúde ambiental  e direito à saúde

1.2 – Eixo temático 2 – Memória social, produção de saberes e sistematização de práticas
Neste eixo, o foco estará nas sistematizações das ações, com vistas à análise e
compreensão dialogada dos processos históricos de constituição da área da Educação 
Popular e Saúde. Os coletivos que compõem hoje a extensa rede nacional de movimentos, 
práticas, pessoas e instituições de saúde e acadêmicas interessadas e produzindo reflexões
sobre EPS têm construído um processo articulado, e um conjunto de ações, em especial
ao longo da última década, que necessitam ser recuperadas, organizadas, divulgadas
e debatidas na sua contribuição à sustentação democrática do SUS e na contribuição para 
as políticas públicas. Além disso, oferece a oportunidade de se trazer para o debate interlocutores 
de outras áreas, quais sejam da memória social, da comunicação e informação em saúde, 
entendidas como matrizes disciplinares que contribuem para ampliar a capacidade de formulação,
análise e organização dos produtos construídos ao longo dos anos.
Propõe-se que este eixo integre os seguintes sub-temas:
Memória social e análise do processo histórico – questões conceituais e metodológicas para a EPS;
A contribuições da EPS para o mundo das práticas de saúde;
A contribuição da EPS para a formulação e acompanhamento de políticas públicas;
Movimentos sociais, práticas populares – análise e sistematização da caminhada;
Pensadores e lutadores: sistematização das principais reflexões produzidas pela EPS;
Neste eixo, pretende-se ainda organizar uma mostra fotográfica que recupere a memória dos 
momentos históricos das atividades de EPS das duas últimas décadas.

1.3 – Eixo temático 3 – Exigências ético-políticas e valores democráticos na ação educativa
O objetivo é o de incluir uma discussão que aprofunde e explicite questões 
ético-políticas envolvidas nos processos educativos de caráter emancipatório, 
analisando-as à luz de uma conjuntura de globalização excludente, e da necessidade
de refundar e fortalecer os processos participativos em saúde.
Estão elencados como sub-temas:
Valores democráticos e ação política coletiva;
Processos de exclusão e sustentação ético-política para seu enfrentamento;
Concepções críticas de Educação e as questões de Saúde;
Informação e democracia para a participação em saúde
Integralidade e humanização do cuidado em saúde na perspectiva popular
Desenvolvimento, participação, ambiente e saúde.

Mais informações:
http://br.groups.yahoo.com/group/aneps/join 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Turma do Curso de Extensão - Repensando a Psicologia Comunitária com Lúcia Ozório


LÚCIA OZÓRIO
Lúcia Ozório, doutora em Ciências da Educação - Universidade Paris 8, França; membro titular do laboratório Experice (Centre de recherche en  éducation habilité, Paris 8– Paris 13) das universidades Paris 8 e Paris 13, França; parceria com o Laboratório LIPIS. Faz parte do GT de Psicologia Comunitária da ANPEPP e do GT de Educação Popular e Saúde da ABRASCO.





terça-feira, 8 de maio de 2012



O que é Comunidade?
A partir de um resgate histórico, cito alguns conceitos de comunidade, para que a partir destes conceitos possamos num movimento histórico pensarmos outros conceitos, entendendo a dialética em que estamos envolvido na construção do conhecimento.

Seculo XVIII
Comunidade  era entendida como um dos inimigos ao progresso, representando a persistência das tradições a serem vencidas, pois impedia o desenvolvimento econômico e a reforma administrativa


Seculo XIX
Comunidade como sendo uma força conservadora e antagônica ao progresso, contudo também era vista como simbolo de tudo de bom, por aqueles que tinham horror a modernização. Porém em ambas as perspectivas, comunidade aparece como utopia que remete ao passado, com significado reacionário, cujo protótipo é a família, encontrando sua expressão simbólica na religião, nação, raça, profissão e nas cruzadas. Sua delimitação pode ser local ou global, pois o que importa é a comunhão de objetivos, a condição continuação no tempo, o engajamento moral, a coesão e a coerção social.


Hegel em Filosofia do direito, coloca que o Estado é uma "Communitas communitatum" e não a agregação de indivíduos pelo contrato como propunha o Iluminismo. Sua visão de sociedade é concêntrica, formada por círculos interligados de associações como família, comunidade local, classe social e Igreja, cada qual autônoma nos limites de sua abrangência funcional, cada uma delas considerada fonte de afirmação do indivíduo e todos eles em conjunto reconhecidos como elemento formativo do verdadeiro Estado ( Nisbet, 1973:55)


Weber(1917). Comunalização refere-se à relação baseada no sentimento subjetivo do pertencer, estar implicado na existência do outro como a família e grupos unidos pela camaradagem, vizinhança e fraternidade religiosa. A relação pode ser afetiva ( piedade, amizade) ou erótica e amorosa; enfim, baseada em qualquer espécie de fundamentos, emocional ou tradicional.
Sociação é uma relação cuja atividade se funda sobre um compromisso de interesse motivado reacionalmente (em valor ou finalidade) e resultante de vontade ou opção racionais, mais que na identificação afetiva.


Marx seculo XX
Comunidade como força de mudança, ele se afasta de modelos baseados no tradicionalismo e no localismo, pois acredita na vasta associação de nações na comunidade transnacional e encontra na classe trabalhadora a estrutura para a redenção ética da humanidade, como demostra o apelo que fez no Manifesto do partido comunista (1983:45) " Proletariado de todos os países, uni-vos" 

Década de 70
 A partir da vertente marxista a psicologia introduz o conceito de Comunidade como área de conhecimento cientifico não elitista, a serviço do povo, para superar a exploração e a dominação. Sendo assim a Comunidade passou a ser entendida como lugar que reúne pares da classe trabalhadora, considerada o agente social capaz de realizar a intencionalidade prática da teoria crítica, isto é, a negação da exclusão no capitalismo mantida pela exploração da mais-valia e pela alienação do homem do produto de seu trabalho.


Nisbet, 1974
Comunidade abrange todas as formas de relacionamento caracterizado por um grau de elevado de intimidade pessoal, profundeza emocional, engajamento moral (...) e continuado no tempo. Ela encontra seu fundamento no homem visto em sua totalidade e não neste ou naquele papel que possa desempenhar na ordem social. sua força psicológica deriva duma motivação profunda e realiza-se na fusão das vontades individuais, o que seria impossível numa união que se fundasse na mera convivência ou em elementos de racionalidade. A comunidade é a fusão do sentimento e do pensamento, da tradição e da ligação intencional, da participação e da volição. O elemento que lhe da vida e movimento é a dialética da individualidade e da coletividade.


Fonte: BADER SAWAIA- COMUNIDADE: A APROPRIAÇÃO CIENTÍFICA DE UM CONCEITO TÃO ANTIGO QUANTO A HUMANIDADE
http://bibliotecasocialvirtual.wordpress.com/2010/06/14/bader-sawaia-comunidadea-apropriacao-cientifica-de-um-coceito-tao-antigo-quanto-a-humanidade/